




Poética
Estou farto do lirismo comedido
do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro do ponto expediente protocolo e manifestações de interesse ao Sr. diretor
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
(...)
Manuel Bandeira
Tanta revolta contra o tradicionalismo literário talvez não existisse se, na Europa de início do século XX, não houvesse surgido os chamados "ismos" europeus. É só dar uma olhada nas imagens e viajar, comparar com as artes plásticas convencionais antes das vanguardas, e aí você vai entender esse clima de inovação que tomou conta da primeira fase do Modernismo brasileiro.
As imagens aí em cima são: A Fonte (Marcel Duchamp - Dadaísmo), As Senhoras de Avignon (Pablo Picasso - Cubismo), Lanceiros (Boccioni - Futurismo), O Grito (Munch - Expressionismo), Canibalismo (Dali - Surrealismo). Procure os detalhes nas imagens, pesquise tamanhos maiores na net se for necessário. Não tomará muito tempo. E lembre-se: quando buscamos significados numa obra de arte, seja ela literária ou não, estamos aperfeiçoando nossa capacidade de interpretar a nós mesmos e o mundo à nossa volta. Ninguém poderá tirar isso de você, e seu poder de decisão, de comunicação e de criação estarão a seu favor durante a vida inteira.
Curiosidade interessante sobre o Manuel Bandeira: ele se gabava de ter tido um encontro, aos dez anos de idade, com ninguém menos que Machado de Assis, numa viagem de trem. Bandeira teria perguntado ao Bruxo se ele gostava de Camões, e teria recitado uma estrofe de Os Lusíadas da qual Machado não se lembrava. Já velho, Bandeira admitiu que tinha inventado essa história.
Abraços. Os links permancem disponíveis nas postagens anteriores. Logo adiciono mais materiais.
André Branco
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